Estudo em Rio Preto tem objetivo de melhorar prevenção contra a dengue
06/06/2015
06/06/2015 09h10 - Atualizado em 06/06/2015 09h10
Famerp irá pesquisar grupo de pessoas para saber como a dengue age.
Estudo será realizado em cinco anos e começa em 30 dias.
Um estudo científico inédito vai ser feito em São José do Rio Preto (SP) com o objetivo de melhorar a prevenção e o tratamento contra a dengue. A doença que já matou mais de 30 moradores da região noroeste paulista só nesse ano não é totalmente conhecida pelas autoridades de saúde. Identificar os diferentes tipos de vírus, as vítimas que têm sintomas mais graves pode ajudar os especialistas a chegar a uma vacina ideal.
Três vacinas estão sendo desenvolvidas e já em fase de testes. Mas, segundo pesquisadores elas ainda devem demorar alguns anos para de fato serem usadas. Para identificar se a vacina vale a pena em relação ao custo benefício, e se é eficiente na população, uma pesquisa inédita começa a ser feita nesse mês na Famerp, Faculdade de Medicina de Rio Preto. “Vamos selecionar uma população na cidade, aleatória, de 2,5 mil pessoas e vamos conhecer as histórias delas, quantas vezes pegaram dengue, se tiveram, e o que vai acontecer nos próximos anos, quem vai ter dengue, se a dengue será grave, se será sintomática ou não”, afirma Maurício Lacerda Nogueira, chefe do laboratório de virologia da Famerp.
O bairro de Rio Preto a ser investigado ainda não foi escolhido e a pesquisa em campo começa dentro de 30 dias. O estudo será realizado em cinco anos pela Famerp e serão investidos R$ 2 milhões. Profissionais da Unesp, de duas universidades federais e de universidades dos Estados Unidos e da Austrália também vão participar.
Na primeira fase será analisado se o grupo pesquisado já teve dengue e quais os tipos. Mosquitos também serão coletados para que o vírus seja estudado. O tipo de vacina, o tipo de vírus a ser combatido e a população alvo das futuras campanhas dependem dos resultados da pesquisa. “A ideia é entender esse fenômeno da dengue de uma forma bem completa para fornecer subsídios para que as autoridades de saúde possam tomar decisões de combate ao mosquito”, diz Nogueira.
O estudo ainda vai longe, mas é um passo importante para o combate à dengue, doença que tem feito muitas vítimas no noroeste paulista. Na casa da comerciante Maria Ângela Nardez foram três pessoas com dengue em um único mês. “Três pessoas pegaram e com todos os cuidados que temos em casa, mesmo assim foi inevitável. Acredito que a vacina é a única esperança que a gente tem, porque não tem mais o que fazer”, afirma a comerciante.
Referências:
http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2015/06/estudo-em-rio-preto-tem-objetivo-de-melhorar-prevencao-contra-dengue.html