Bem Vindo a INSECT - Controle de Pragas Urbanas!
Ideia é usar as pessoas para matar o
inseto, vetor de inúmeras doenças
Apesar de estarmos no Outono, combate ao Aedes aegypti deve
ser constante !!!
Todo mundo sabe que o mosquito Aedes aegypti é responsável
pela disseminação de várias doenças, incluindo dengue, zika, chikungunya, febre
amarela (ciclo urbano) e febre de mayaro. Existem inúmeras campanhas de conscientização
da população sobre a importância de evitar a proliferação do inseto. Agora, uma
ferramenta poderá ajudar no combate a esse vetor que causa tantos problemas
para o Brasil. Uma vacina desenvolvida pelo Instituto de Ciências Biológicas
(ICB) da UFMG é capaz de matar o Aedes.
Segundo o coordenador da pesquisa, professor Rodolfo
Giunchetti, esse tipo de imunizante representa uma vantagem tecnológica para o
Brasil, que, por ser tropical, é muito suscetível a novas arboviroses. Isso
porque a vacina combate o mosquito, ação considerada mais eficaz do que
imunizar toda a população contra cada uma das doenças que ele transmite.
"Além disso, essa vacina pode ser associada à imunização contra algumas
doenças, como dengue", comenta o cientista.
As formulações criadas no ICB contêm proteínas importantes
para a vida do inseto e geram, no indivíduo vacinado, a produção de anticorpos
contra essas proteínas. Ao se alimentar do sangue com esses anticorpos, o Aedes
aegypti sofre alterações em sua fisiologia, que podem levá-lo à morte ou, no
mínimo, provocar sérios danos à sua cadeia reprodutiva.
Vale ressaltar que o indivíduo que receber esse imunizante
não estará protegido contra as arboviroses, "mas o componente vai ajudar a
eliminar o mosquito, o que, em última instância, provoca o fim dessas doenças,
por falta do principal elo de transmissão", observa Giunchetti.
O estudo conseguiu fazer com que um terço dos Aedes que
picava animais imunizados acabaram morrendo imediatamente. Ao acompanhar o
ciclo completo do inseto, a pesquisa constatou uma redução significativa no
número de ovos e a baixa viabilidade das pupas, que se desenvolveram mal ou
morreram. "Foi possível perceber uma redução de cerca de 60% no ciclo do
Aedes aegypti", completa o professor da UFMG.
Rodolfo Giunchetti comenta que a vacina ganha maior
importância diante dos relatos de resistência do mosquito a inseticidas
tradicionais e à crescente dificuldade em combatê-lo. Ainda conforme o
cientista, o inseto tem a capacidade de se alimentar de vários hospedeiros.
"A fêmea pica em busca do sangue, necessário para o amadurecimento do
ovário e a produção de ovos. Ela digere o sangue, coloca os ovos e volta para
se alimentar em outra pessoa ou na mesma", diz. O teste realizado em
camundongos mostra que, após receberem a vacina, as cobaias produziram
anticorpos capazes de induzir alterações no organismo do inseto, resultando em
desequilíbrio fisiológico de alto impacto.
"Já temos a prova de conceito e conhecemos os possíveis
alvos, o que possibilita a produção da vacina em escala", observa
Giunchetti. As próximas etapas para chegar a uma formulação comercial abrangem
ensaio pré-clínico em primatas não humanos – os testes devem demonstrar que a
vacina é segura, não induz efeitos colaterais significativos e provoca
alterações no inseto – e, em seguida, realizar os mesmos estudos em pessoas,
para confirmar segurança, imunogenicidade e eficácia.
Fonte: Revista
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